terça-feira, 30 de junho de 2009

no msn


paulinha está ausente e pode não responder.

eu (disponível) - Você tá aí?
paulinha - humhum
eu - sonhei com você.
paulinha - me conte
eu - eu estava dormindo. acordei no meio da noite, li seu blog, voltei pra dormir e aí sonhei com você.
paulinha - hahahahaha, natural...
paulinha - e o sonho?
eu - eu estava te fazendo companhia.
paulinha - sério? vc ficou assim tão impressionado com meu post?
eu - eu achei legal, engraçado, fiquei um tempo experimentando trocar a ordem das frases.
paulinha - vc estava sem sono mesmo, hein, meu filho?!
eu - peguei no sono cedo.
eu - lendo tchekhov?
paulinha - O beijo e outras histórias, um livro de contos, mui bom! AMO!
eu - tchekhoviana...
paulinha - :)
eu - pensei que vc fosse rodrigueana
paulinha - também, também
eu - e a peça?
paulinha - agora, em recesso. fériasssssss!
eu - (vamos passear!)
paulinha - (vamos!!!)
eu - vou te mandar um e-mail com um conto meu
paulinha - manda!
eu - depois vc me diz o que achou
paulinha - sim, sim
paulinha - aconteceu uma coisa muito engraçada ontem, vc n tem idéia
eu - o q?
paulinha - ontem, eu fui sortear o brinde de Deo, era um corte de cabelo, quem ganhou foi um cara que era careca! sério! o teatro inteiro riu, inclusive, nós atores. e eu ainda disse: "olha, isto não foi uma pegadinha!"
eu - hahahahahaha... hilário! ironia rodrigueana!
paulinha - o próprio cara riu demais.
paulinha - fofinho, tenho que ir... tenho uma reunião agora.
eu - vc n está de férias?
paulinha - da peça... sou vítima das múltiplas jornadas da mulher moderna. hahahahaha
eu - (te vejo a noite?) leia meu conto
paulinha - (só tarde, tenho outra reunião... :*) já mandou?
eu - jajá
paulinha - tento ler pra hj, é grande?
eu - é grandioso!
paulinha - hahahahahahaha, tenha medo!
eu - leia para hj!
paulinha - sim, senhor
paulinha - vou-me. beijo
eu - beijo!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

DECLARAÇÃO DO MEU AMOR


eu quero te fazer companhia.
(lê-se também: eu quero que você me faça companhia.)

subentendido

quis escrever sobre as mentiras que falam a verdade. embora goste do tema, qualquer palavra sobre me parece uma explicação do óbvio. assim, ao invés de escrever, resolvi dedicar-me a leitura de um conto. agradeço a sua compreensão.

domingo, 28 de junho de 2009


intenso mundo subjetivo
eu esqueço onde fica a vida cotidiana.

"A água corria não se sabia para onde e para quê. Correra de maneira idêntica em maio; ainda em maio, saíra de um ribeiro para se derramar no grande rio, passara depois para o mar, evaporava-se, transformara-se em chuva e talvez fosse a mesma água que nesse instante corria aos olhos de Riabóvitch... Para que? Com que fim?"

O Beijo, em O Beijo e outras histórias, A. P. Tchekhov. 1887.

Por Quem, Zii e Zie, Caetano Veloso. 2009.

sábado, 27 de junho de 2009

de repende, comecei a ouvir falar de praias...

semana que vem, eu vou procurar uma praia. é provável que mais de uma. algumas praias. várias praias. semana que vem, eu estarei de férias por doze dias. eu vou procurar as praias de que me lembro.

eu tive uma nítida intuição de que, na maior parte das vezes,
basta estar conscientemente num determinado lugar
para entender tudo.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

o fantástico Michael Jackson

Michael Jackson morreu ontem. Dia 25 de junho de 2009. Precisei de um dia para significar a notícia. É a primeira vez que assisto conscientemente à morte de um gênio. É diferente quando morre um gênio. É diferente quando se acompanhou o fenômeno vivo. Um gênio da arte, contemporâneo meu, universal e particular. Na verdade, não tenho o que falar de Michael Jackson. É sensação. Sensação de identificar uma notícia que se deve ler várias vezes, ouvir várias vezes, assistir várias vezes. A nítida sensação de interrupção do eterno e do que, depois disto, continuará eterno. Michael me dá a sensação do que começou e a partir de então virou o para sempre, o subconsciente, o clássico, o originário, o imaginário. É vida e morte. E eu era criança quando conheci e ele esteve até ontem e permanecerá após. É qualidade do mito fazer-se parte.

Porque me veio a lembrança. Porque parece que perdi alguma coisa. Porque me emociona. Porque tudo que agora passa na TV eu já vi inúmeras vezes e novamente me impressiona...

Eu achei naturalmente necessário escrever o nome Michael Jackson no meu blog.

terça-feira, 23 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

o ciúme e a solidão

(...)

eu não sei usar o tempo.
eu canso antes da hora.

(...)

olhos estranhos: ciúme e solidão.
eu quis sonhar-te.
desperdicei meus velhos sentidos.
vou entender o meu fim.
além, não vou mais.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

caminho das pedras

ouriço-do-mar
na praia onde vivi até o fim da minha adolescência tinha muitas pedras e, quando a maré estava bem baixa, dava para a gente andar um bocado por cima delas. a gente ia descalça com cuidado para não escorregar, com cuidado para não machucar os pés, com cuidado para não cair. eu andei por ali desde muito pequena. tinha pedras bem lisas, sequinhas, que rodeavam as melhores piscinas de água salgada, a gente estendia as cangas e deitava nelas para tomar sol. no ano que mudei de lá, eu quase já não ia à praia. e, mesmo assim, eu achava que conhecia bem aquelas pedras.

hoje, andando na rua, vi a imagem de um ouriço-do-mar. elas estavam sempre lá, às vezes, protegidas pelas pedras, às vezes, ameaçando os nossos pés. quando eu era criança, eu ficava um bom tempo olhando as pinaúnas. elas balançavam com a água leve que sobrava das pequenas ondas da maré vazia. e, mesmo molhadas e brilhantes, aos meus olhos, não pareciam um animal vivo. eu me lembrei da pinaúna. ela me lembrou da minha praia. e a minha praia me lembrou de todas as pedras, que a gente nunca podia esquecer onde estavam quando a maré enchia. tem anos que não vou lá. eu acho que nem sei mais o caminho das pedras.

segunda-feira, 15 de junho de 2009


dançar a chuva
dançar na chuva
molhar a rotina
tirar um pé, suspender outro
deixando no ar os pingos das poças
de água limpa, de água clara, de água fria
a arrepiar
bebendo a chuva ignorada nos vidros da janela
sentindo os pingos ressurgirem do delírio
a dança a dançar chovendo
a chuva a chover dançando
tudo a cair, tudo espalhando, tudo vão
pelos pés, pela terra, pelo movimento

sexta-feira, 12 de junho de 2009

pelo sim, pelo ser

se é tão sério quanto me parece verdade
o que há na pequena chance que temos de esclarecer o amor?
não é verdade, nem os medos, nem as convenções
nem o que pára e nos faz a lentos passos evitar o óbvio.
não entendo este, nem o outro, nem os anéis da eternidade.
não é certo, nada nunca foi certo, e ainda assim nós estamos errados.
por que?
de que estão salvas as relações?
o tempo só passa. ele não prende ninguém.
sejamos apenas.

uma nota sobre os dias enamorados


vamos ao cinema
e fazer filmes e fotografias
vamos àquela praia
pisar na grama, deitar de costas
vamos cantar na cama
disputar o lençol e preferir os braços
vamos deixar de lado
ligar e desdenhar da Tv
vamos brincar de desamar
deixar o sonho, cair no sono, perder a graça.
vamos acordar aos gritos
enganar o despertador
e adiar o dia de dez em dez minutos.
vamos comer juntos e, quem sabe, cozinhar
vamos passar o dia inteiro sem se falar
vamos ignorar o tempo e todas as outras leis
reconstruir o meio antes de chegar o fim
vamos subir as escadas, descer as ladeiras, separar a cor
preferir diferente, esquecer a mente, esperar os outros
vamos abrir os olhos e ver a lua iluminando o meu travesseiro
vamos nus beijar. vamos
semear e respirar o vento
admitir a tempestade
vamos até onde mora o encontro
vamos ao nosso tempo
vamos até o tempo parar.

sábado, 6 de junho de 2009

inacabado

meus olhos
e todos os sorrisos que rouba de mim no canto da boca
quero tanto, quero tanto, quero tanto...
seus olhos
até onde você vai
até onde eu vou
até onde vamos
com este frio nas mãos
com este frio na barriga
com este frio quente
é seu beijo, é minha boca
a toda distância de uma vírgula explícita
tou com medo, tou com medo, tou com medo...
mas te vejo e somos coragem
mar aberto, mar adentro, mar imenso, mar intenso, sem cais

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ao fim do dia


senti saudades do que, em outros dias, fora poema.

(...) 

minha carência ou é hormônio ou é cansaço.