domingo, 27 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
noite feliz
noite feliz. de luzes brancas e vermelhas piscantes. de lá, um olhar amistoso, uma voz calma, uma plena quietação. mistério. eu, solta, já planejada em seus braços, respirava desejosa, como diante de ti, sua própria aparição. somente voz. ao homem, cabe contar histórias. amigável, em tom quase sincero, entoou um pequeno conto para eu dormir. - dorme, menina. - a mensagem fora como um beijo na testa. - eu quero esperar, papai. quero esperar. quero vê-lo chegar a minha janela. só hoje, a grande noite do ano. hoje, ele vem. - dorme, quando ele chegar, eu te chamo, mas agora dorme. dorme, criança. a gente aprende logo a confiar nos homens e, desde cedo, a não querer ficar só. quando eles quase não podem nos deixar, para melhor fazê-lo, aprendem bem a contar histórias. uma boa história rende sonho para uma noite inteira. meninas somos assim noite feliz. eu confiava nele, mas nem por isto obedecia. naquela noite, fechei os olhos. guardei-me sob as cobertas. era enganar primeiro ele, depois o tempo. mas, como fora bela aquela história. ela despertou em mim o sonho. este homem de maior perigo, que nos cerca com leve ninar. ele enganou-me. em seu sono, adormeci a espera. na manhã seguinte, rápido susto ao despertar. corri a casa. vão. na volta para o quarto, lá no canto da cortina, o presente. manhã clara. nem pensei em perguntar ao homem. explicação nunca é boa história. noite feliz. sentada. ele volta em 365 dias. de mim, escapa um suspiro, já sem esperança de ainda ser menina para outra vez desejá-lo encontrar.
sem despedida
Quando acordei, ele já não estava mais aqui.
É tão cruel alguém partir enquanto a gente dorme.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
pequenos tópicos
O Turno
enquanto faço café, espero ele. meu destino masculino. ele vem me alcançar, depois de uma má noite de sonhos da qual desperto com todas as decisões tomadas. de onde elas vêm: mal sei... bem sei...
O Mês
há meses, quase tenho pensado em o que fazer daqui para frente. é um pensamento tão desesperançoso e cansativo que fico no "quase". quase chego a várias conclusões que, na manhã seguinte, já não me servem para nada.
A Objetividade
quando tenho que decidir uma coisa pontual ultimamente, coloco a questão em meu círculo de pensamentos. ela fica flutuando levemente em minha cabeça, sem importância. por um ou dois minutos, ao longo do dia, fito-a sem emoção, lembrando-me das razões, repetindo a pergunta e, em seguida, trocando de pensamento antes de achar respostas.
A Epifania
da noite para a manhã, as decisões me aparecem com a mesma intensidade e clareza dos dias, que tanto incomodam a minha vista. uma certeza tão forte quanto a luz matinal que, com dor, me obriga a fechar os olhos e, em seguida, as cortinas. sem mais, tomo uma atitude.
A Subjetividade
certeza não é sinônimo de acerto. as decisões por vezes são equívocos. no entanto, uma decisão errada hoje para mim é como comida estragada: dá dor de barriga, mas não mata. também não me preocupo com coerência. coerência não me parece algo humano. deve prevalecer apenas em roteiros de filmes policiais ou de ação.
A Expectativa
palavra que já me parece demais.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
casa vazia
e minha tristeza é bom sinal.
bem me fará logo breve,
de mau amor, por hora,
no singular
um tempo
um lugar
uma banda
uma música
um filme
um nome
um modo
um todo
uma parte
uma complexidade
um sim
um não
uma relação
uma pausa
um ponto
quero tudo ainda tudo mais uma vez tudo
que um possa significar.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
um caso verídico
duas baladas
duas que em mim se fundem
conjurando, calmas, nítida confusão
elas não me deixam amplificar
(...)
mais uma mão perto
da minha mão, não sei
quanto temo? quanto sobra?
quem de mim desejará?
(...)