para tantos, muito. para muitos, pouco. para mim, sim. todo o tempo que tive contado nos anos do que lembro e desconheço. não dá para saber o que é toda a sua vida engavetada em números. é tudo tempo passando de tempo presente em presente. eu passei e sem saber fui criança, fui adolescente, fui adulta e sou todo o tempo dos sentidos dobrando-se aos anos do velho que, de quando em quando, pensa que enfim entendeu algo sobre o que fala. nada existe daqui para trás. nada existe daqui para frente. toda hora é ponto zero. eu e o agora presente numa caixa aberta de laço desfeito. nada a declarar. não vou contar os dias. o tempo é ritual e infinito, não passa, nem pára, somos nós engordando nossos sonhos ou emagrecendo-os. não é culpa de ninguém. nascemos sempre no dia em que o mundo começou, sem adiar o início, sem evitar o fim. eu já nasci em todos os dias 24 e, daqui a pouco, em mais tantos vou chegar como se soubesse o caminho. a quantidade é uma centelha da diferença. nascer para o sujeito é sempre singular.
Roteiro inexistente para uma cena triste
Há 3 anos
Um comentário:
Lindo!
Parabéns, chuchuzinha. Você é muito especial para mim. Gosto dos seus conselhos, do seu ar de moleca, mesmo sendo a senhora casada, e do seu bom senso e discernimento de mulher madura. Por que não escrevi logo um depoimento, hem? =D
Beijo
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