Ano Velho já vai embora.
Toda vez, levo ele até a beira da estrada. É chão.
Bagagem ele quase não leva.
Diz sempre para eu entregar ao que vier quase tudo que ele juntou.
A despedida, para não doer, é combinada.
Vamos até a praia. Eu mergulho e ele se afasta.
Já vai distante, quando olho de novo a areia.
Lá, ele deixa um embrulho descolorido.
Eu nem preciso abrir para saber o que tem dentro.
É clichê. Termina sempre da mesma forma.
Um dia, diz ele, que foge, antes do fim, a me levar.
Eu na areia molhada lembro isso.
Balanço a cabeça, com uma lágrima e um sorriso.
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