quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

a morte aumenta a espera

era o branco da espera
era o negro do ciúme
nenhuma cor lhe vestiu na hora da briga
foi nu, feito bicho, desperdiçar a força

era o vermelho do sangue
era o barro da terra
nenhuma cor lhe cobriu a mancha
foi o fim, feito juiz, sentar-se entre a gente

a desistência não teve cor
tampouco se viu por perto a cor dela
fora a presença da própria sombra a lembrar-lhe a infância
a criança, no tempo da pausa, o fizera corar

por pouco não fora o suspiro a chamar a morte
mas não se sabe como, nem porquê
enquanto um sonhou, o outro se fez livre
sendo, o céu, vivo fim de tarde.


Nenhum comentário: