sábado, 31 de janeiro de 2009
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
quase novo, quase sempre.
Somente de perto se pode ver algo acontecer. Novo.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
domingo, 25 de janeiro de 2009
sábado, 24 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
(dis)curso(s)
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
dia do sozinho
dei um sorrisinho contemplativo à tristeza.
agora, a senhora pode ir.
eu já quero ficar sozinha.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
o guardador de carros
Eu não percebia, mas esperava o fim do sinal vermelho. Sentada no ônibus, com minha cabeça longe, voltada para o lado de fora da janela. Não teria notado nada disto, se não fosse ele a me olhar. Sentado em cima de um carro, olhou para mim com tanta insistência que me tirou os pensamentos. Fui automaticamente ao encontro de seu rosto. Nos olhamos. Ele esperou que eu virasse. Eu esperei que ele me ofendesse. E, como é dada a simplicidade, em poucos segundos de calma, reconhecemos de nós o olhar ingênuo. Ele sorriu. Eu sorri também. De lá, ele falou, enquanto apontava os ouvidos, "está ouvindo música, né?". Alargando o meu sorriso, balancei um sim. O sinal abriu. O ônibus se movimentou, desprendendo o nosso olhar, mas logo retornamos ao encontro. Ainda em pouca velocidade, o ônibus cruzou o carro parado ao meio-fio. Com outro sorriso, ele acenou um tchau. Contente, os devolvi. Era começo de tarde e este foi o meu primeiro motivo no dia para sorrir. Poucos minutos depois, desci do ônibus. Deu para sentir que fazia um belo sol.
domingo, 18 de janeiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
de quem. o inverso. de mim. tira a poesia.
como sou tola, em minha guerra, divertindo-as.
não vejo. não ouço. apenas falo.
tropeço vaidosa sem saber servir-me.
já disse. eu sobro. eu estou em excesso.
perdoem-me. sem desculpas. caí em desconcerto.
não prometo ordem. mas. por diante.
talvez, deseje que apenas um "não" me baste.
quem dirá que sabe. o que pode um único "não".
que já nem seja ele fogo para a minha alegria.
nem também água para a minha tristeza.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
meu caro apego
desde a hora que acordei, só ouço a voz da minha respiração. ela não me deixa esquecer. é um ressentir interminável do ontem. sem nenhuma piedade. e eu que pensei que poderia olhar o novo dia, mal ando, com o peso do ar a circular para dentro e para fora de mim. eu sei, eu sei. suplicaria um pouco de paciência, mas ela precisa de severidade, não me vê com confiança. sabe que eu esqueço. sabe que eu perdôo. sabe que eu transformo. sabe todo o esforço que eu naturalmente faço para não ver o acabar. nem eu entendo por que penso que preciso de um mundo inteiro que, quando de fato se vai, não me faz a menor falta. é sempre e não é medo. há pouco tempo atrás, eu acreditava que adorava mudanças, mas alguém me fez descobrir. das mudanças, eu gosto da hora em que todas as tralhas já foram reorganizadas. antes disto, para mim, é só trabalho. árduo.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
foi bonita a festa, pá
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim
Tanto Mar - Chico Buarque
legítima defesa
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Elas ficam, são alimentadas por pouco a todo tempo.
Por isto, é tão dificil não pensar.
Quando quase acho o vazio, elas chegam, ocupando tudo.
São cores, contornos, sons, sensações.
Quase quero parar a minha mente.
Quase quero libertar as imagens.
Quase quero apagar-me.
Mas elas sempre me parecem belas. Eu as desejo, e não as acredito. Não deve haver motivos. Não é questão de fé acreditá-las.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Quando aprendi a fazer bolo, ouvi dizer que se deveria bater a massa sempre para o mesmo lado. Alguns doces também, se fossem mexidos em sentidos diferentes, embolariam. Nunca entendi a fragilidade da massa dos doces, incapazes de suportar reviravoltas. É pura atenção. Como os amo, mexo-os observando.
Não é mesmo para entender.
É apenas para ter cuidado.
domingo, 11 de janeiro de 2009
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Se fizer bom tempo...
Maricotinha - Dorival Caymmi
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Teimosia romântica
(...)
Nem por um milagre, o olho humano burro o realizará.
Mas, se insiste, vai, minha filha, deita.
Deus ajude que não lhe caia uma estrela na cabeça.
Deus que lhe ajude!
mais uma vez saudade
Se saudade fosse pássaro que, ao invés de assobiar, matasse,
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Para Bom Princípio e Bom Fim
Eu também estive lá. E, mal pisei o pé na Feira, fui "pescada" por um vendedor, que correu em minha direção como se de tudo soubesse "Está procurando artigo de barro?”. Antes que eu entendesse, saiu ligeiro na frente me levando. Ri impressionada. Deus é mais, às vezes, os vendedores acertam. “Venha comigo filha de ...". E disse o nome da Santa, que eu logo devolvi em forma de pergunta para me certificar. Em vão. Nem percebi a hora que me perdi do nome.
Na mesma semana, ouvi três vezes que era filha de uma Santa. Deve ser o mistério que não me deixa lembrar do nome, que nem sei se era o mesmo nas três ocasiões. Passei boa parte do ano dizendo que ia procurar um terreiro e, vendo o final de dezembro chegar, parece que ele resolveu me mandar um recado. "Calma que chego", respondi avisando sobre o compromisso o ano que vinha.
Estou na terra da superstição. Deus sabe o que faz e, às vezes, o povo daqui acerta.
Contei, só por contar, a novidade que ganhei de presente a alguém que compreende muito mais os santos e as imagens do que eu. Recebi de lá um desconfiado "eu acho que você vai viajar". Então, pensei, é melhor mesmo apressar os terreiros. Se pelas vistas vem me chegando um barco, bem me parece que, a âncora, eu vou ter de ir buscar.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Ela vai dançando a sua vida branca até onde o sonho aguentar. Como uma puta ou como uma santa se oferecendo ao que passa. Ela carrega consigo os castigos. Tem uma bolsa cheia de remédios. Lê todas as bulas e não usa. Ousa. Fala de tudo que precisa. Não pode. Não pede. É presa, presa e presa. Ora extravagante, ora só os olhos da louca. Fácil a qualquer bajular.
Rendida, descrente. Ia sair, mas teve vergonha.
domingo, 4 de janeiro de 2009
só para me repetir
Somos citados em todos os lugares. Não temos nada de singular. Somos o coletivo dos plurais. Ainda e sempre genuínos.
por onde
sábado, 3 de janeiro de 2009
imagem genuína semelhança
O Verbo está antes da ação. É intenção, pensamento interior, objetivo. Verbo é, em si, verdade e toda verdade corresponde ao sujeito. O Verbo está com todos desde o princípio, como meio, como motivo. Desde sempre, fez-se carne. Dele somos imagem e semelhança, se não nos esquecermos disto.