Quando se tem refluxo, a experiência prática lhe faz acreditar que tudo que desce tende mesmo a subir. Assim, para não morrer sufocada em sua própria digestão, quando já à noite, você come tudo o que não pode na quantidade que não deve, o melhor é se esquecer de deitar. Esquecer que é noite e começar a terça-feira com a escura madrugada. Basta desistir do travesseiro para ver a insônia do mal-estar levantar-se do seu lugar na cama e, decepcionada, sair em busca de outra companhia. Nem por isto, você fica bem. Persiste a crença de que a hora é boa para relaxar. Usando o resto da criatividade barata que lhe restou do dia em que, por várias vezes, você se perguntou "Onde foi parar o meu bom senso?", você embarca num banho despretensioso que, com o tempo, vai se tornando menos quente e mais longo. É uma hora da manhã e você:
- lava o cabelo com aquele creme de tratamento ultra-reparador 5 em 1 para cabelos danificados;
- troca o sabonete neutro pelo esfoliante que – há meses – você estava se lixando para o frasco;
- usa um gel de limpeza profunda eficaz para o combate de acne, mesmo sem nenhuma espinha;
- depila as pernas;
- passa todos os cremes hidrantes que duram um semestre inteiro nas mãos econômicas da sua preguiça, incluindo aquele para olheiras, presente da irmãzinha, que você sempre se lembra de usar às duas da manhã.
Passam das duas.
Você seca esperançosamente os cabelos para não molhar o travesseiro. Passa perfume. Senta. Lê. Escreve. Ouve a chuva até o sono chegar. A chuva passa. O sono não vem. Mas, em quatro horas, tanto o estômago quanto a consciência já te permitem esperar deitada. Bem ou mal, às seis e meia, você irá levantar e já será hora de tomar outro banho.
- lava o cabelo com aquele creme de tratamento ultra-reparador 5 em 1 para cabelos danificados;
- troca o sabonete neutro pelo esfoliante que – há meses – você estava se lixando para o frasco;
- usa um gel de limpeza profunda eficaz para o combate de acne, mesmo sem nenhuma espinha;
- depila as pernas;
- passa todos os cremes hidrantes que duram um semestre inteiro nas mãos econômicas da sua preguiça, incluindo aquele para olheiras, presente da irmãzinha, que você sempre se lembra de usar às duas da manhã.
Passam das duas.
Você seca esperançosamente os cabelos para não molhar o travesseiro. Passa perfume. Senta. Lê. Escreve. Ouve a chuva até o sono chegar. A chuva passa. O sono não vem. Mas, em quatro horas, tanto o estômago quanto a consciência já te permitem esperar deitada. Bem ou mal, às seis e meia, você irá levantar e já será hora de tomar outro banho.
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