sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Queda

Tão jovem. Sentou-se arriscadamente na balaustrada.

Enquanto, de longe, eu pensei em dizer. Um acidente. Um espanto. Todo mundo falava muito alto. Na festa. Quando ele caiu.

Acho que foram quinze ou vinte. Segundos de nada a fazer. Desejei que fosse o trigésimo andar. Desejei que ele fosse um anjo. Ainda mais leve. Desejei que o mundo acabasse. Antes da hora.

Tudo seria milagre.

Ele. Tão só. Abraçado ao solo. Irremediavelmente.

Não falem. Não questionem. Não. Nada faz. Não há sentido.

Um susto. Um sonho. Ainda bem. Foi sonho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lendo, desejei que o chão fosse macio.