- Alô.
- Oi.
- Oi.
- (Ansiosa) Tento falar com você há dias!
- Esta semana foi uma correria, quase não fiquei em casa. Meu celular estava quebrado.
- Hum. Lembra daquele baú que você me deu?
- Lembro.
- Não achei a chave. Você tem uma cópia?
- (Mentindo) Até tinha, mas acho que perdi.
- Perdeu?
- Na mudança.
- (Desiludida) Não tenho como abrir.
- Quebra a fechadura.
- (Assustada) Não!
- (Sem ajudar) E vai deixar tudo trancado para sempre?
- Não sei. Queria que tivesse outro jeito.
- Aquilo é muito antigo... se a gente não tem mais as chaves...
- (Ressentida) Você não se importa?
- O baú é seu.
- (Incerta) É...
- Pode fazer com ele o que quiser.
(Cacos de vidro)
- Ai!
- Que foi?
- (Com lágrima) Derrubei um copo cheio de água.
- Machucou?
- Cortou meu dedo.
- Lava logo que pára de sangrar.
(Evitando) E aí, passou?
- Não.
- Ainda tá doendo?
- (Conformada) Ainda está sangrando.
- (Nervoso) E o baú?
- Sei lá.
- Quebra logo!
- Não! (Pausa) Deixa, depois eu resolvo.
- Pode chamar um chaveiro, de repente, ele resolve.
- É... quem sabe?
- Acho que é a melhor opção.
- Tá bom, então.
- (Confuso) Era só isso?
- Só...
- E você?
- Na mesma.
- (Para cima) Não, agora você está com o dedo sangrando.
- Pior que não, já estancou... Beijo.
- (Arrependido) Beijo.
Roteiro inexistente para uma cena triste
Há 3 anos
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