quarta-feira, 29 de julho de 2009

SIM...

Nos amávamos rodando pelo espaço e éramos uma bolinha de carne saborosa e suculenta, uma única bolinha quente que resplandecia e jorrava aromas e vapores enquanto dava voltas e voltas pelo espaço infinito e rodando caía, suavemente caía, até parar no fundo de uma grande salada. E lá ficávamos, aquela bolinha que éramos ela e eu; e lá no fundo da salada víamos o céu e as estrelas que andavam navegando no mais distante da noite.
E de repente éramos a promessa de tudo.
Éramos o certo e justo.
Éramos o esperado anseio do sim.
Éramos o sim.

Eduardo Galeano, título desconhecido.
Texto que me coube como ponto de partida para o trabalho da oficina
com Ronaldo Serruya, integrante do Grupo XIX de teatro/SP.

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